
série
casa exposta
A temática desta série envolve diretamente a representação de um estado de "habitação". Ou melhor, as marcas visuais e a expressão corporal que o habitar reflete na "epiderme da casa e de seu morador", deixando evidências de uma história nas superfícies de seres animados e inanimados, em seus revestimentos e acabamentos. A série iniciou-se no ano de 2011 e teve como ponto de partida uma imagem de casa nunca habitada fisicamente, apenas habitada pelo imaginário de minha infância. A casa, da qual nunca pude adentrar, só havia uma parte de sua fachada que me era visível. Uma visão pontual da área externa e que só podia ser observada por um ângulo suspenso e determinado, projetando uma perspectiva nada costumeira e diáfana. Trata-se de uma ilustração impressa, uma gravura em preto e branco, em linhas e texturas estampada numa enciclopédia publicada nos anos de 1960. Essa "imagem memória" ressurgiu diante de meus olhos em 2009, quando folheava novamente as páginas da tal enciclopédia, até então esquecida na prateleira de livros de minha infância. Da velha ilustração surgiram novas possibilidades e sínteses gráficas, que alteraram a casa em sua aparência externa, ganhando novos sentidos e profundidades. Essas novas visibilidades da mesma casa são decorrência da busca de um novo habitar a imagem, que antes era do imaginário infantil e agora, de artista. Foram elaborados trabalhos (outras habitações da e para a imagem) no plano bidimensional com fotografia, colagem, transfer, desenho e pintura. No plano tridimensional, a casa se transformou em síntese estrutural, sendo primeiramente planificada em papel e depois remontada em diferentes materialidades. A partir dessa transformação, em que a casa ganha tridimensionalidade, novos pontos de vista, retornei a representá-la em desenho e pintura, explorando os suportes como diferentes epidermes da casa.
























